11/03/2012

Vila Flor-Goianinha no meio do canavial

Quem vem pela estrada RN-269 em direção à Vila Flor, agradável cidadezinha localizada no sudeste do Rio Grande do Norte, imagina encontrar-se no meio de uma grande floresta. No lado direito, o verde dos manguezais predomina, embora estes, em parte, estejam sendo substituídos pelos viveiros de camarão. No lado esquerdo, algumas árvores de maior porte teimam em não permitir que os canaviais tomem seu lugar.

Iniciei minha caminhada no balneário local. Formado pelo represamento da água de um riacho que passa na cidade, o balneário mantém algumas árvores que testemunham a existência ali, no passado, de um pedaço da Mata Atlântica. Basta caminhar cerca de quinhentos metros para perceber que este ecossistema há muito tempo deixou de existir. Com exceção das matas ciliares do rio Catu e do riacho que forma o lago do balneário, toda a região está ocupada por canaviais.

No primeiro trecho do percurso, com aproximadamente 7,5 quilômetros, até a entrada do povoado do Catu (pertencente ao município de Canguaretama), a colheita da cana-de-açúcar já havia terminado, por isso dava para se ter uma ideia da amplidão do canavial, onde, no horizonte distante, só era possível observar alguma torre de celular. Daqui a seis meses, quando a cana tiver crescido, a única visão que o caminhante terá será a cana distante poucos metros nos dois lados do corredor.

Choveu a tarde inteira. Chuva leve que não chegou a incomodar. Mas ao entrar num trecho de mata com cerca de um quilômetro e meio, logo após o rio Catu, tive de usar o abrigo. Não em decorrência da chuva, mas pela presença de uma nuvem de insetos que insistiam em sobrevoar minha cabeça.

O segundo trecho do percurso, com aproximadamente 10 quilômetros, do rio Catu até Goianinha, não é muito diferente do primeiro. Aqui, um coqueiral com dois quilômetros de extensão quebra um pouco a monotonia provocada pelos canaviais.

Percorri este trecho (ida e volta) nos últimos cinco dias, saindo ao por do sol e retornando à noite (veja foto da lua na ida, à tarde e na volta, à noite). Para quem deseja observar a paisagem, caminhar à noite ou durante o dia aqui não faz muita diferença, afinal se á noite não se vê nada, durante o dia só se vê a plantação de cana.




Trilha






Mapa





Perfil altimétrico





Balneário - Latitude: -06 18' 54,72350''; Longitude: -35 04' 48,51921''; Altitude: 18,631m; Foto tirada em: 09-mar-12 13:57:11





Rio Catu - Latitude: -06 17' 23,21611''; Longitude: -35 08' 03,66732''; Altitude: 20,794m; Foto tirada em: 09-mar-12 15:47:39





Rio e povoado do Catu - Latitude: -06 17' 22,24569''; Longitude: -35 08' 04,85409''; Altitude: 17,910m; Foto tirada em: 09-mar-12 15:49:52





Dois quilômetros de mata próximo do rio Catu. Uma raridade no percurso. Os insetos não permitiram marcar a localização





Lua no coqueiral no fim da tarde - Latitude: --06 17' 25,10088''; Longitude: -35 09' 58,18347''; Altitude: 63,092m; Foto tirada em: 07-mar-12 17:58:42





Lua no coqueiral à noite - Latitude: --06 17' 25,10088''; Longitude: -35 09' 58,18347''; Altitude: 63,092m; Foto tirada em: 07-mar-12 por volta de 19:30

24/02/2012

Pedra da Boca

Foi apenas um passeio. Pretendíamos caminhar o dia inteiro, mas terminamos voltando à Pedra da Boca sem nenhum planejamento do que iríamos fazer. Já havíamos estado lá há quase sete anos, mesmo assim resolvemos rever o agora demarcado e cercado Parque Estadual da Pedra da Boca, localizado próximo à fronteira do Rio grande do Norte com a Paraíba, no município de Araruna, Paraíba.

Foram apenas três quilômetros numa trilha estreita de terra com alguns trechos de pedra lisa. Percurso sem muitos obstáculos, mas é aconselhável não caminhar sozinho como costumo fazer. Os trechos de pedra são os mais inclinados e não oferecem muitos pontos de apoio, aumentando, deste modo, o risco de acidentes.

O parque não se encontra numa região muito elevada. É formado por um conjunto de rochedos de formas bastante curiosas, tais como, a Pedra da Caveira e a forma da boca na Pedra da Boca. Do alto, é possível ver pedras que se confundem com um cachorro ou uma onça parda. Os rochedos são muito utilizados na prática de rapel por esportistas do mundo inteiro.





Localização









Trilha





Mapa




Perfil Altimétrico




Entrada do parque - Latitude: -06 27' 04,74717''; Longitude: -35 40' 20,40427''; Altitude: 189,264m; Foto tirada em: 22-fev-12 8:43:46




Chegada ao sítio - Latitude: -06 27' 08,12159''; Longitude: -35 40' 03,96998''; Altitude: 197,675m; Foto tirada em: 22-fev-12 8:33:52




Vista da Pedra da Boca próximo ao camping onde costumam se encontrar os turistas e esportistas.




Pedra da Caveira - Latitude: -06 27' 07,48371''; Longitude: -35 40' 28,69564''; Altitude: 197,916m; Foto tirada em: 22-fev-12 9:10:05




Vista da Pedra da Caveira próximo ao camping. A Pedra da Caveira chama mais a atenção do que a própria Pedra da Boca.




Um dos rochedos do parque visto de uma das "bocas". Em todo o parque há essa tipo de escavação nos rochedos.




Caveira vista de perfil. É impossível não associar a forma do rochedo a uma cabeça humana.




Parada para descansar - Latitude: -06 27' 09,42545''; Longitude: -35 40' 24,23071''; Altitude: 200,559m;




Subindo em direção à "boca" - Latitude: -06 27' 09,42545''; Longitude: -35 40' 24,23071''; Altitude: 200,559m;




Com as chuvas recentes na região, a vegetação estava bem verde. Nos rochedos, muito cácto e bromélias.


Parada para descansar e admirar a paisagem na pedra do santuário. Não marquei a posição desta e de outras fotos publicadas aqui.